e quando se foi, ficou em meu peito a sombra,
um resto de ausência que não me abandona,
deixou em mim a saudade dos que ficam,
um aceno do porto ao amor que vai ao longe.

E quando a dor da tua falta dorme em meu peito,
quando tua ausência doce surge em minha mente,
não sei se te quero ou se te quero longe,
ou se corpo que inflama, que a paixão consome,
é somente cinza morna espalhada ao vento.

Sou, neste mundo, mar e tempestade
tragando para o meu Eu mais profundo
paixões que havia esquecido.
Sou Sol iluminando os homens
a Sabedoria em seus corações
Sou Ira que profana a terra
e que varre nações.
Sou terrível e amado,
dado a amores impossíveis;
Sou Criador, O Bardo que canta estrelas
Sou Poeta do barro e do pó,
da Vida que habita minhas linhas.

Só teu carinho não me basta,
quero que me odeie!
quero tua mão ardendo no meu rosto,
a marca das tuas unhas, tua saliva escorrendo,
quero teu desprezo, tua ira,
quero luta, resistência, equilíbrio
quero tudo que existe!
Teus gritos, berros e ofensas,
Cada pedaço do teu ódio que não tenho
é um amor teu que ainda me falta.

créditos para a Bee Galvão ( ) pela idéia