08 setembro, 2005

Coisas inusitadas que a musa me faz

Há em você a inevitabilidade de te amar,
afundar eternamente nos seus olhos,
enganado pelo desejo de explorar o seu corpo
me perder sua boca e dormir com seu gosto ,
[acordar com seu cheiro,
como uma criança selvagem, sem pudores ou maldades
viver para encontrar finalmente em você o repouso,
[morada eterna de puro gozo
Náufrago no mar dos seus humores,
delicio me na calmaria, atrevo me na tempestade;
mas qual navegante me guio pela sua sua estrela
brilhando acima de tudo , pulsando entre o amor
[e o desejo;
Ambicioso qual pirata cobiçando seu mais íntimo tesouro,
destemido, lanço me na sua aventura
Anjo, mulher, fera e demônio
Amo te ao revelar cada forma,
e como não amaria se cada movimento do
[ teu corpo
em mim provoca a compulsão pela vida,
sede de ti, do suor em seu corpo,
devoro te e ainda assim sou eu o devorado
Chave dos mistérios, revela me
o segredo de carne e de sangue que habitam em você,
deixa me conhecer os mais negros desejos,
desafia me a satisfazê los, vê em mim a contraparte,
parceiros no crime, sem culpas ou remorsos
Roubaremos o mundo de todo o pudor
Ah quem me dera provar o teu amor,
dedicar me ao culto da tua alma,
queimar me no seu fogo
Pois assim como a Bilac
não me basta saber que sou amado
nem só desejo o teu amor;
desejo ter nos braços teu corpo delicado.