22 outubro, 2008

pseudo flosofia sobre o tempo

Passado , presente e futuro são ilusões, talvez o presente seja a maior delas e, por isso, a mais difícil de se viver, afinal a sucessão de momentos é tão ínfima que, a rigor, toda ação já nasce póstuma. Só em pensamento, na nossa capacidade oculta de viver no tempo em que escolhemos é que essa sucessão faz algum sentido.

Tempo é ilusão , uma dimensão criada artificialmente para facilitar nossa compreensão da sucessão de eventos, ajudar nossas mentes inferiores a lidar com um todo avassalador demais para nossas capacidades atuais, é uma fragmentação da realidade. Não creio ser à toa que o tempo ( ou nossa percepção da sucessão de eventos) esteja passando mais rápido, está ficando mais curto como as seções mais internas de uma espiral, acabando.

Creio Eu, que para fazerem algum sentido, as coisas devem ser analisadas como começaram , como se desenrolam e o que podem acarretar, levando em consideração a coisa viva, percebendo sua verdadeira fluidez (analogicamente) e não uma mera sucessão de eventos em termos de causa, efeito e resultado esperado(digital); só não sei como fazer isso, ainda. Acho que, talvez, isso seja o que chamam viver o presente.

Temos uma tendência de confundir o presente com o agora, que é uma parte menor ainda do presente. Num esquema maior das coisas, creio ser o presente esse acesso irrestrito ao passado e ao futuro fluidos, visto que somente a quebra dessas divisões pode nos permitir viver no presente constantemente, pois aí sim , verdadeiramente , só haverá presente, a soma (dissolução) de todas as divisões temporais (digitais) que adotamos hoje, correndo e se transformando, contra o conceito que adotamos hoje, ou seja, uma parcela de passado recente somado ao futuro próximo à qual chamamos de "presente" e que eu prefiro chamar de Agora(nesse contexto, mais abaixo explico o por quê).

Creio que seja esse presente, a que a Clarice Lispector se refira ( que só é possível amar no presente, e no silêncio como disse minha amiga beatriz), pois o amor, como nclusivo que é, só é possivel fora do tempo, pois ama sem se importar o que aconteceu ou acontecerá, ama-se em todos os momentos e no decorrer destes, a percepção da fluidez dos movimentos da vida possibilita ao amor o ato de amar.

Também nesse contexto atemporal poderíamos redefinir o agora, ele passaria a definir o momento de nascimento de um evento específico numa cadeia de eventos, passando a ser então , realmente onde tudo começa. É importante notar que o agora de um evento é relativo ao nascimento da idéia, não tanto à sua execução. Meu conceito disso é meio maluco, pois creio que no momento do nascimento da idéia já são criados, no mínimo, dois fluxos temporais distintos, sendo uma cadeia de eventos originada da execução daquela idéia outra da não execução, ou seja o nascimento da idéia que que causa o deslocamento temporal, e não necessáriamente a execução, sacou?



Basta!
Viajei demais... ou não!