23 outubro, 2008

Reformulando o Tempo, o Verbo, a Vida - Parte I uma história mais breve ainda do tempo

No Post original fiz uma comparação constante (e admito que bem confusa) entre o que é de uso comum (tempo digital, fragmentado, sucessão de eventos) e os conceitos que eu penso serem mais próximos da realidade ( tempo analógico, fluido, fluxo contínuo eventos em transformação, correnteza) então acho q fica mais fácil de entender os conceitos com um mini glossário dessas comparações em termos de eventos

Agora :
uso comum: eventos que estão transcorrendo neste exato momento

meu conceito: muito próximo do conceito de presente em uso, já que , como disse, à rigor todo evento se transforma em passado à medida que é executado. Portanto, o agora é a observação de um pedaço mais recente desta correnteza de eventos. Para identificar um simples momento temos que recorrer à abstração e congelar o tempo, para se extrair dele um momento específico da corrente de eventos.

Presente:
uso comum: eventos que ocorreram num passado recente somados ao agora e aos eventos que acontecerão num futuro próximo

meu conceito: visão total do tempo, única divisão temporal existente , já que proponho a não utilização das divisões temporais (passado,presente e futuro), tempo primordial.

-x-



Lembrem-se que trabalhei um tempo fluido, e com isso quero dizer que, nesse aspecto, ele é como um líquido em movimento mesmo, vamos compará-lo com um rio e acho que ficará mais fácil, vamos à parábola do tempo, por mim mesmo .

Estamos em frente a um rio na mata , o sol brilha e os passarinhos cantam. Uma pessoa olha para aquela seção do rio na nossa frente e diz, "Isto é o presente". A seguir, me mostra um balde de água do rio e declara - "Isso é agora". Depois aponta para as águas que já passaram na nossa frente e seguiram seu caminho e proclama - "O passado!" e , finalmente virando-se para as águas que vêm em nossa direção me esclarece: "O futuro!".

Eu, intrigado com aquele paradigma, proponho a minha versão, sugestão que pessoa de mente aberta que me acompanha se dispõe a ouvir prontamente. Então aponto para a seção do rio na nossa frente e digo "esse é o agora", a seguir nos retiramos, deixando meu acompanhante intrigado, ao perceber sua intenção de me questionar quanto aos demais conceitos lehe solicito gentilmente que espere até chegarmos ao local onde posso explícá-lo melhor. Voltamos ao carro e nos lançamos à estrada, chegamos numa base de lançamento de mísseis, onde nos encaminham para a preparação da missão espacial, vestimos nossos trajes, ouvimos as últimas instruções , rumamos para a nave até que finalmente decolamos e entramos em órbita, observando a estupefação crescente de meu acompanhante.

Após a estabilização da nave , somos liberados para o nosso primeiro passeio no espaço, saímos pela comporta de carga e finalmente podemos observas o espaço.
Agora vemos as estrelas, galáxias, observamos explosões de luz, emissões de gases e espetáculos estelares de todas as magnetudes e nos virando, a terra domina o horizonte, e nela vemos aquele rio, que agora podemos contemplar desde a sua nascente, seus afluentes, suas divisões até chegar ao mar, observamos também o vapor aquecido formar nuvens, e cair hora como chuva, hora como neve, , congelar, formar tormentas e alimentar outros rios que correm novamente ao mar.
Uma sensação de plenitude nos invade, a percepção inconsciente de todo ciclo do universo, com suas radiações, influindo naquela pequena e incessante cadeia de eventos que leva a água à todos os cantos é avassaladora, percebemos nossa escala infinitesimal diante dessa realidade e também a nossa raridade, Quando meu companheiro se vira para mim, finalmente posso esclarer sua dúvida: "O Presente!"


Ainda a publicar, pelo selo "Universo numa casca de amendoim jogada no cinzeiro no buteco do seu Amarantes", dedicado à Pseudo Metafísica de botequim.

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